
Objetivos: Relatar a incidência de câncer incidental de vesícula biliar após colecistectomias eletivas em um hospital secundário do SUS, comparando-a com a literatura e revisando os fatores de risco e condutas relacionados a essa condição. Material e Métodos: Estudo unicêntrico, retrospectivo, não randomizado e observacional de pacientes que foram submetidos a cirurgia de colecistectomia de janeiro a dezembro de 2024 no Hospital José Martiniano de Alencar, Fortaleza, Ceará. Foram incluídos pacientes que retornaram para avaliação pós-operatória da peça cirúrgica e excluídos aqueles que perderam o seguimento. Resultados: Dos 1078 pacientes aptos, 934 eram do sexo feminino e 144, do sexo masculino, todos operados por colelitiase sintomática. Foram diagnosticados 4 casos de câncer incidental da vesícula biliar, representando uma incidência de 0,37%. Três desses casos se enquadraram como neoplasia intraepitelial de baixo grau, todas em pacientes do sexo feminino, com idade média de 53 anos e sem necessidade de cirurgia complementar. O quarto caso foi identificado em jovem do sexo masculino, operado por pólipo de 1cm, mas achado de massa no intra-operatório, com histopatológico confirmando neoplasia pt2a e acometimento de ducto cístico, submetido a cirurgia de resgate com 3 semanas, porém com evidência de doença metastática. um fator que deve ser levado em consideração no estudo é a alta taxa 11,05% de perda de seguimento de pacientes que não retornaram para avaliação pós-operatória. Conclusões: A incidência encontrada de câncer incidental em colecistectomias eletivas foi baixa, mas ressaltamos que seu diagnóstico é de grande importância devido o prognóstico da doença e para o adequado manejo pós-operatório. Atenção a fatores de risco como idade avançada, a colelitíase e pólipos maiores ou iguais a 1 cm, pode ajudar a identificar pacientes com maior chance de desenvolver essa condição. O manejo do câncer biliar incidental deve ser individualizado, com base nas características clínicas e patológicas de cada caso.