
Introdução: Um dos passos fundamentais enfrentados pelos cirurgiões durante a tireoidectomia reside na identificação e preservação dos nervos laríngeos, em particular o nervo laríngeo recorrente (NLR), e sua variação anatômica, o nervo não recorrente. Relato de caso: Mulher, 39 anos, que apresentou disfagia, dispneia aos esforços físicos e disfonia. Na USG de tireoide foi detectado nódulo sólido. Foi submetida, então, à tireoidectomia e, durante a dissecção para identificação do nervo laríngeo recorrente direito, foi observado que estava emergindo diretamente do nervo vago à laringe. Discussão: Embora a presença de variantes anatômicas do NLI tenha sido associada a um aumento do risco de lesões iatrogênicas durante cirurgias na região da cabeça e tórax superior, ainda não foi comprovado que a aplicação sistemática de estudos de imagem pré-operatórios pode efetivamente reduzir esse risco. Conclusão: A presença do não recorrente destaca a importância da dissecção sistemática do nervo laríngeo inferior durante cirurgias.